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"œNão existe independência!": desfile também foi marcado por protestos

Teresinenses aproveitaram o evento para criticar os governos federal e estadual

07/09/2019 12:41

Além do desfile cívico-militar na em alusão a independência do Brasil, o evento na Avenida Marechal Castelo Branco foi marcado pelo também já tradicional Grito dos Excluídos, que em 2019 chega a sua 25° edição, reunindo cerca de 32 entidades, que aproveitaram a data para protestar contra algumas políticas adotadas tanto pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), como pelo governador do estado, Wellington Dias (PT)

Grito dos Exluídos chega a sua 25° edição em 2019 (Foto: Assis Fernades/ODIA)

Sinésio Soares, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), umas das entidades presentes no protesto, afirmou que a intenção é chamar atenção ao que classificou como “ataques” promovidos por Bolsonaro. 

"Não existe independência, o governo brasileiro está se tornando cada vez mais uma colônia norte americana. Nesse momento temos várias bandeiras, a principal é a soberania do país, que está se tornando uma colônia norte americana, mas no bojo disso tem vários ataques e estamos nos manifestando", disse o sindicalista, que ainda fez críticas ao governo estadual. "Estão alinhados, com a reforma da previdência, por exemplo", frisou.

Palavras de ordem contra o presidente Jair Bolsonaro foram entoados pelos manifestantes (Foto: Assis Fernandes/ODIA)

Outra agremiação presente no ato foi a Cáritas Regional do Piauí, que levou reivindicações relacionadas às famílias do campo, mais precisamente as do acampamento 8 de março, que segundo o coordenador do grupo, Elias Moura, está abandonado pelas autoridades. "Foi assentado pelo Governo do Estado e até agora não tem nenhuma estrutura mínima para as famílias permanecerem", criticou. 

Mesmo ausente, governador Wellington Dias também foi alvo de críticas (Foto: Assis Fernandes/ODIA)

O organizador do evento, tenente-coronel da Polícia Militar do Piauí (PM-PI), Sá Júnior, ressaltou que apesar da manifestação nenhuma ocorrência foi registrada durante todo o desfile do 7 de Setembro.”Eles fizeram a manifestação, que era prevista. Fizeram o papel dele e nós também o nosso, tudo de maneira pacífica”, pontuou.

Teresinenses vestiram verde e amarelo em apoio ao presidente Jair Bolsonaro

Na véspera do dia da independência, Jair Bolsonaro pediu que a população fosse às ruas vestidos nas cores da bandeira nacional. A solicitação foi atendida por vários apoiadores do presidente em Teresina, como a trabalhadora autônoma Iris Vieira Marques, que levou os filhos ao desfile e enfatizou a importância da data. “Temos que aprender a respeitar a pátria da gente, a recuperar valores que foram perdidos ao longo dos anos", disse.

Iris com seus dois filhos. A trabalhadora autônoma apoia as medidas adotadas pelo presidente da República (Foto: Assis Fernandes/ODIA)

Outro entusiasta é o advogado Danilo Castelo Branco, que não tem o costume de prestigiar o evento, apesar da vontade que sempre teve. Este ano vestiu-se de verde e amarelo com a esposa e o filho para manifestar apoio a Bolsonaro. “Respeito muito as decisões que ele está tomando, acho muito acertadas. Acredito e procuro acreditar que o Brasil vai melhorar", afirma.

Mas também teve quem tenha se vestido de verde e amarelo para acompanhar o desfile do sete de setembro apenas para reafirmar o sentimento de patriotismo, como é o caso da contadora Gabrielle Gallas, que, acompanhada do marido, sempre leva o filho para assistir ao ato cívico, “Acho importante para passar valores ao meu filho, que começa a ver o que é essa questão de civilidade, de pátria e que realmente precisamos nos importar com nosso país”, defende.

Apesar das cores, Gabrielle Gallas e a família não foram à avenida apoiar Bolsonaro (Foto: Breno Cavalcante/ODIA)

As cores da bandeira também foram usadas pela professora inglês, Verônica Andrade Lemos, que foi à avenida pedir a volta do regime imperial, já que segundo ela, foi a época mais “gloriosa” vivido pelo Brasil em sua história. 

A professora Verônica Lemos defende o retorno do Brasil Império (Foto: Assis Fernandes/ODIA)

“Foi o período mais próspero, de maior liberdade que o Brasil já teve, que foi deposto com o golpe de 1889, totalmente ilegal, que não tinha o apelo do povo. Sabemos que a República não deu certo, por isso queremos voltar às origens que estava dando certo, muito certo", defende.

As cores da bandeira nacional também foram usadas por pessoas que defendiam a volta da monarquia (Foto: Assis Fernandes/ODIA)

Por: Breno Cavalcante
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